Irã, Brasil e Turquia assinam acordo para superar crise nuclear

17/05/2010 11:14

 

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TEERÃ, 17 Mai 2010 (AFP) -Irã, Brasil e Turquia assinaram nesta segunda-feira um acordo para a troca de urânio iraniano por combustível nuclear enriquecido a 20% em território turco, com o objetivo de superar a crise provocada pela política de enriquecimento de urânio de Teerã.

O acordo foi assinado pelos ministros das Relações Exteriores dos três países na presença dos presidentes iraniano, Mahmud Ahmadinejad, e brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan.

O projeto, resultado da mediação do Brasil, foi elaborado ao fim de 18 horas de negociações.

O acordo prevê o envio por parte do Irã à Turquia de 1.200 quilos de seu urânio levemente enriquecido (a 3,5%) para uma troca, em um prazo máximo de um ano, por 120 quilos de combustível altamente enriquecido (20%), necessário para o reator experimental de Teerã, anunciou o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast.

A proposta dos três países será comunicada em uma semana à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

"O local de armazenamento do urânio iraniano será a Turquia, sob a supervisão do Irã e da AIEA", declarou o porta-voz.

Caso as grandes potências aceitem a proposta, o Irã enviará dentro de um mês 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido, completou Mehmanparast.

A proposta tem como objetivo superar a crise entre o Irã e as grandes potências pelo programa nuclear iraniano e, em particular, o enriquecimento de urânio por Teerã.

O chanceler brasileiro Celso Amorim declarou que o acordo demonstra que "ainda é tempo para diplomacia e negociação".

"É preciso criar confiança entre o Irã, a comunidade internacional e o grupo 5+1" (EUA, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha), completo Amorim, em referência ao principal interlocutor de Teerã para a questão nuclear.

O ministro também destacou que o acordo "reconhece o direito do Irã de utilizar para fins pacíficos a tecnologia nuclear e o enriquecimento de urânio".

Já o ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, afirmou que sanções não são mais necessárias contra o Irã.


sgh-lma/fp/G1

 

Obs. Katallage: segundo dados científicos para a produção de armas nucleares (ogivas por exemplo), é necessário urânio enriquecido a pelo menos 80%.

 

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