O que a Bíblia tem a dizer sobre a VERDADE!

O que a Bíblia tem a dizer sobre a VERDADE!

A Bíblia é clara a respeito da existência de uma verdade absoluta e imutável personificada de duas maneiras: (1) na Palavra de Deus e (2) no Deus Filho, Unigênito, Jesus Cristo.

Tanto o Antigo Testamento quanto o Novo Testamento trazem referências sobre a verdade:

“Ele é a Rocha; suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são justos; Deus é a verdade e não há nele injustiça; justo e reto é.” (Deuteronômio 32.4)

“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14.6)

“Agora, pois, Senhor Jeová, tu és Deus, e as tuas palavras são verdade” (II Samuel 7.28)

“Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade.” (João 17.17)

A verdade de Cristo e a verdade da Bíblia são de mesmíssimo caráter. Jesus não somente contém pepitas da verdade, Ele é a Verdade pura.

É essencial também entender que a verdade existe fora de nós e permanece inalterável, independente de como a percebamos. É apenas admitindo a existência de uma verdade imparcial que podemos entender que os nazistas não foram justos, ou que foram cruéis. Sem que se admita a verdade, nenhum julgamento pode ser feito a respeito de nada ou ninguém.

“E vós tendes a unção do Espírito Santo, e sabeis tudo. Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo?” (I João 2.20-22)

Enquanto nós mudamos, e amadurecemos em nossa capacidade de perceber a verdade, a própria verdade - que existe independente de nossa maturidade - permanece fixa. A verdade nunca muda, mas a mentira e a heresia constantemente se modificam. O nosso dever é conformar o nosso pensamento a verdade e não inventar uma ‘verdade’ confortável e adaptável às nossas paixões e vontades. O salmista expressa essa realidade dizendo: “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação [pensamento] do meu coração perante a tua face, Senhor” (Salmos 19.14)

A verdade é aquilo que é consistente com a vontade, o caráter, a mente e a glória de Deus. Deus não é Deus porque é o único capaz de reconhecer a verdade. A verdade é que é verdade porque Deus assim declarou que ela fosse. Ele é o autor, o determinador, o juiz derradeiro e o padrão máximo da verdade. Sem Deus a verdade não significa nada.

O Apóstolo João nos descreve em suas cartas alguns aspectos da verdade relacionando o amor, o conhecimento de Deus, do Filho e o Espírito Santo: “Nisto [no amor verdadeiro] conheceremos que somos da verdade, e diante dele asseguraremos o nosso coração” (I João 3. 19) “Nós somos de Deus; quem conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro.” (I João 4.6) “Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só pela água, mas pela água e pelo sangue. E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade.” (I João 5.6)

Você pode agora estar se perguntando, onde essa verdade absoluta pode ser encontrada. E talvez até consiga supor que esse lugar não seria a igreja, porque você conhece inúmeras delas que pregam ser verdadeiras, mas possuem abismos doutrinários imensos em comparação com outras que também alegam ser portadoras da verdade. É certo que, até mesmo a igreja - em sua trajetória histórica - passou por diferentes situações em relações a verdade. Em alguns momentos os representantes da igreja estiveram caminhando a passos largos para o que parecia o fim da pureza do cristianismo, de repente eram surpreendidos por homens de Deus engajados em recuperar a verdade e dar a ela o lugar central. Esse processo de subidas e descidas repetiu-se inúmeras vezes. “A história do cristianismo não é um gráfico ascendente, não é um quadro que sugere emergência em nossos dias, mas um quadro repleto de subidas íngremes sucedidas por descidas extremamente depressivas.” (DANIEL, 2007. p.34)

A respeito disso, alguns aspectos importantes devem ser considerados: (1) Se você perceber que nenhuma igreja é total e completamente possuidora de toda a verdade, não deve concluir que por essa razão, não existe uma verdade total e completa. (2) As igrejas como instituições são imperfeitas e também estão amadurecendo em sua percepção da verdade, e mesmo que ainda não tenham plenitude nisso, não altera-se o fato de que elas ainda são a instituição mais próxima da verdade espiritual e material que podemos encontrar. (3) Existem muitas igrejas/religião que estão muito perto da verdade. (4) Existem outras igrejas/religião, que estão mais próximas da mentira do que qualquer outra coisa. (5) Existe a ‘construção civil feita por mãos de homens, onde reúnem-se os fiéis de uma religião’ a qual chamamos de igreja. (6) Existe o ‘templo do Espírito Santo, onde a Verdade pode habitar’  (o ser humano)  o qual a Bíblia chama de Igreja (conforme Atos 12.5 “a igreja orava com insistência” – os cristãos oravam, os cristãos são a igreja)  (7) A igreja não é a verdade, apenas pretende ser o seu baluarte e estar fundamentada nela, propagando sobre a Palavra e o Filho de Deus – que são, estes sim, a Verdade. (8) Você pode conhecer a Verdade sem nunca ter entrado em uma construção civil denominada ‘Igreja’, mas a partir do momento que aceitar e viver a verdade, tornar-se uma ‘igreja – parte do corpo de Cristo’. (9) Prepare-se, as chances de que Cristo requeira de você que faça parte de uma comunidade cristã e freqüente uma igreja são altíssimas.

Os inúmeros avivamentos da igreja de que temos conhecimento - surgindo em meio a contextos de enormes deturpações do cristianismo - revelam que o Espírito Santo nunca deixou de operar e nunca permitiu a morte do evangelho mesmo nos períodos mais escuros da história cristã. Sendo assim, podemos ter esperança, que por mais difícil que esteja a situação sempre existirão chamas da verdade e do puro evangelho ardendo em genuínos cristãos espalhados pelo mundo. Em vez de ficarmos constantemente salientando os erros e cairmos na tentação de generalizar a situação espiritual atual, devemos rejeitar sim o que é erro, mas seguir firmes em valorizar o que é bíblico sem tirar a verdade do foco.

Se temos consciência sobre a verdade, e se estamos entre esses que carregam a chama da verdade, agora nos resta o dever de lutar em prol dela. Talvez quando você ouve falar sobre lutar, logo supõe que isso não seja ‘coisa de cristão’ e que devemos dar a outra face e ser educados e amorosos com as opiniões dos outros. Não pretendo dispensar o perdão e a educação, mas veja o que nos diz Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (II Timóteo 4.7)

Com Paulo podemos aprender duas importantes lições:

(1) Esta guerra é um bom combate. Uma guerra de idéias na qual Deus agrada-se de nos ver batalhar.

(2) Temos duas responsabilidades: como Embaixadores e como Soldados (conforme II Co 5.20 “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio” e II Tm 2.3-4 “Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou.”)

Nossa missão como soldados é destruir as falsas idéias, usar todos os nossos esforços para destruir as mentiras e outras fontes de mal que mantém muitos presos em uma escravidão e cegueira mortífera.

Nosso dever como embaixadores é levar as boas novas para as pessoas, e para sermos bem sucedidos nesse trabalho, não podemos permitir ou tolerar nenhum engano religioso ou filosófico. Amamos as pessoas quando destruímos as falsas idéias que imperam nelas, e ao redor delas.

Como afirma John MacArthur, “por mais detestável que seja qualquer tipo de guerra, existem causas em favor das quais não lutar é um mal extremamente pior.” Assim, defender a fé exige que abandonemos a postura ingenuamente cordial defendida por muitos cristãos hoje, e entremos em conflito. A menos que conheçamos nosso inimigo, e em seguida nos prontifiquemos a lutar contra ele, não teremos êxito. O êxito à que me refiro, ou a vitória pela qual guerreamos não deve ser apenas vencer uma discussão ou ter melhores argumentos. Obviamente, devemos ter consciência de que entramos nessa guerra, não por nós mesmo, mas motivados pelo nosso amor a Cristo, que é a encarnação viva e dinâmica da verdade e digno que lutem em seu favor.

Se permanecermos tolerantes enquanto julgamos estar sendo ‘amorosos’, permitiremos que o relativismo crie raízes em nossas igrejas. Há muito já vemos o reflexo do ‘subjetivismo espiritual’ em nossos púlpitos e meios de comunicação. Muitos cristãos, com a desculpa de contextualizar o evangelho, estão tornando as verdades e ordens essenciais da Escritura em ‘valores optativos’ para a salvação.

MacArthur é excelente em sua afirmação de que “quando as falsas doutrinas não são combatidas, elas geram mais confusão e atraem mais pessoas superficiais e insinceras para dentro do aprisco.” (2008, p.76) A idéia de que a mensagem cristã deve ser mantida adaptável e ambígua parece especialmente atraente aos jovens que vivem em harmonia com a cultura e amam o espírito dessa época e não podem suportar que a verdade bíblica autoritária seja aplicada com precisão como um corretivo para seus estilos de vida mundanos, mentes profanas e comportamentos ímpios.[1]

Embora seja mais arriscado e ofensivo (em nossa visão humana), falar e viver a verdade são, obviamente, as únicas maneiras de se transmitir a verdade. Se queremos cristãos verdadeiros em nossas igrejas, devemos pregar o cristianismo como ele é; pois de outra forma estaríamos lutando contra nós mesmos.

Se você e seu vizinho estão conversando e você lhe ensina a receita errada de como fazer um bolo, apenas para não divagar muito do modo como ele costuma cozinhar, não pode esperar que ele acerte o bolo que você gostaria de comer. Do mesmo modo, se você ensinar a receita certa do evangelho terá muito mais chances de encontrar um bolo cristão de verdade depois de algum tempo.

A pior estratégia para ministrar o Evangelho em um clima de dúvida, é que nós, cristãos, imitaremos a incerteza e o cinismo dessa época e arrastemos a Bíblia para dentro dessa perspectiva.[2] J. Gresham Machen[3] já declarava, décadas atrás, particularidades da responsabilidade de cada cristão, e principalmente cada líder e pastor.  Ele dizia:

 

Você pode evitar um debate [sobre assuntos polêmicos da fé] se assim preferir. Você só precisa seguir o curso da correnteza. Pregue todo o domingo durante seu curso de seminário, estude como estudava na faculdade – e essas perguntas provavelmente nunca o irão incomodar. As grandes perguntas podem ser facilmente evitadas. Muitos pregadores as estão evitando. E muitos pregadores estão pregando ao vento. [...] A igreja está esperando por homens de outra estirpe.

 

Antes que você prossiga a leitura, quero mais uma vez deixar claro que tenho certeza absoluta de (1) que o cristianismo é verdadeiro, (2) que sendo assim devo propagá-lo e (3) que qualquer pessoa com raciocínio sincero e imparcial pode chegar às mesmas certezas que eu.

 

Para gravar

O Apóstolo Paulo escreve à Timóteo em I Tm 3.15 (NVI) “mas, se eu demorar, saiba como se comportar na _________________, que é a ___________ do Deus Vivo, coluna e ______________ da _____________.”

 



[1] Extraído de MACARTHUR, John. Guerra pela verdade. 1ª Ed. São Paulo: Editora Fiel, 2008.

[2] Adaptado de MACARTHUR, John. Guerra pela verdade. 1ª Ed. São Paulo: Editora Fiel, 2008.

[3] John Gresham Machen (1881-1937) foi um teólogo presbiteriano americano .

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