Teólogos e cientistas analisam religiões e paz mundial

14/07/2010 16:45

 

Ressaltamos que a equipe Katallage vai transmitir a notícia tal como foi publicada

sem julgar o teor teológico, ético, moral e religioso nela expresso.

 

Religiões e paz mundial é o tema do 23º Congresso Internacional da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (Soter), que se reúne de 12 a 15 de julho na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), na capital mineira.
É também a ocasião de celebrar os 25 anos desta entidade que reúne teólogos/as e cientistas da religião - dos quais 370 estão participando do Congresso - atuando em diversos cursos em universidades e escolas confessionais de igrejas cristãs brasileiras.
A abertura do evento foi realizada na noite de ontem, sendo a mesa formada pelo teólogo Afonso Maria Ligório Soares, presidente da entidade, D. Joaquim Mol Guimarães, reitor da PUC-MG e bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, João Faustino, líder da Associação Muçulmana em Belo Horizonte e Ivanildo dos Santos, Babalorixá.
Após a abertura, foi formada a mesa com ex-presidentes da Soter, Luiz Carlos Susin (PUC-RS), Paulo Fernando de Andrade (PUC-Rio), João Batista Libânio (Faculdade Jesuíta-FAJE), Márcio Fabri dos Anjos e o atual presidente (PUC-SP).
O padre Libânio, que foi o primeiro presidente da Soter, lembrou que a entidade surgiu após “o túnel escuro do regime militar brasileiro, que coincidia com o inverno na Igreja (Karl Rahner), também chamado de volta à grande disciplina”.
Ele atribuiu sua escolha para a função por “mineiro, kenoticamente capacitado para a conciliação”, refletindo sobre a Conferência Episcopal de Puebla (1979) e os avanços da luta pela Teologia da Libertação, enfrentando a resistência dos bispos e de setores das igrejas evangélicas, superando barreiras e fazendo conquistas, até chegar a nossos dias.
Márcio Fabri dos Anjos apresentou diapositivos, destacando as ênfases fé + cidadania e eclesial + social, que abarcaram as primeiras lutas para fazer teologia de modo interdisciplinar e coletivo, responder às situações humanas fundamentais, como o sofrimento dos empobrecidos, destacar o papel das mulheres, dos indígenas e dos afro-brasileiros, que sofriam marginalizações, e enfrentar as interrogações no debate com as ciências e tecnologias.
Ele enfatizou ainda os três eixos que marcaram o nascimento da entidade: ser uma associação civil, influência de dom Aloísio Lorscheider, aberta ecumenicamente para uma leitura interdisciplinar. E o resultado mais objetivo são as diversas publicações lançadas ao longo desses anos, que contribuíram para a reflexão teológica brasileira.
O frei capuchino Luiz Carlos Susin destacou o fato de que uma publicação recebeu o Prêmio Jabuti, da Câmara Nacional do Livro, reconhecendo o volume de produção literária sobre religião. Lembrou ainda a importância do cardeal dom Serafim Fernandes de Araújo, arcebispo católico de Belo Horizonte, pelo apoio à entidade diante de pressões, e do pastor Walter Altmann, presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e atual moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), pela aproximação dos alunos/as e professores/as da Escola Superior de Teologia com a Soter.
O professor Paulo Fernando de Andrade comentou a autonomia conquistada por ser uma sociedade civil e não um apêndice da instituição eclesial, a participação de leigos e leigas, a aproximação com a teologia protestante, o diálogo integrador com as Ciências da Religião e o reconhecimento da Comissão de Aperfeiçamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que atualmente reconhece os congressos da Soter como um evento de alta qualidade acadêmica (Qualis A).

ALC/Notícias Cristãs


 
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